"Felicidade está no Ativo e não no Passivo "







domingo, 18 de julho de 2010

Recuperação...

Olá !

Subi ao quarto com minha mãe e em seguida chegou o médico com seu assistente , ele pediu para que eu tirasse toda a roupa e assim começou a passar a caneta para marcar os pontos e tirar as fotos do antes e depois .

Depois do médico veio o anestesista e eu perguntei à ele se doeria , ele respondeu com a boa e velha frase de quem manipulas agulhas : - Será só uma picadinha. Quando subi ao centro cirurgico ainda estava acordada , fiquei com medo deles começarem sem que a anestesia tivesse pego . Olhei para o anestesista e lhe disse : - Ainda estou acordada ! E ele me respondeu sorrindo : - Já , já você capota ! Ele tinha razão , fui acordar 06 horas depois .

Ano passado , levei um tiro na perna em uma tentativa de assalto. Sempre digo que tive muita sorte porque o projétil atravessou minha perna , não ferindo nenhuma artéria ou osso sequer. Fiquei uma semana de molho em casa , com a perna inchada e vermelha , parecendo uma peça de mortadela. Achei que aquela seria a maior dor física da minha vida. Ledo engano.

Na cirurgia do abdômem , o médico amarra o músculo e você fica com a sensação de que levou vários socos na boca do estômago. Respirar sem dor se torna extremamente difícil.

Eu acordava e não conseguia me mexer na cama , porque além dos hematomas e dos pontos , seu corpo fica dentro de uma cinta elástica quase dois números menores que o seu. A quantidade de remédios é tanta que não lembro de ter feito outra coisa além de dormir , acordar e chorar .Briguei com a enfermeira porque ela queria me obrigar a fazer xixi na comadre. Estava dopada mas não o bastante para aceitar fazer minhas necessidades em uma bacia de alumínio.

Recebi alta no dia seguinte , estava louca para ir embora , hospital me deixa com os nervos a flor da pele e a comida é muito ruim. Fui para casa , novamente acompanhada da minha mãe e minha amiga e foi a partir desse momento , que as coisas simples começaram a ficar difíceis.

Nos primeiros dias você precisa andar curvada , mais do que precisar , você não consegue andar de outra forma a não ser curvada. Cada lombada que o carro passava , eu me arrepiava de tanta dor.

Quando chegamos em casa , um único lance de escada que subo em 02 segundos para chegar ao meu apartamento , foi subido em quase 10 minutos , os mais longos da minha vida.

Tenho dois quartos em casa e cada um deles tem uma cama de casal , nehuma delas me recebeu bem. O único lugar onde eu conseguia ficar em uma posição legal , foi no sofá de 03 lugares da sala. Foi nele que dormi por quase uma semana.

O banho é liberado apenas após 03 dias . No dia do banho , estávamos novamente , minha mãe , minha amiga e eu. Enquanto uma ajeitava a temperatura da água , a outra me ajudava a tirar a cinta , enquanto uma tirava os esparadrapos , a outra lavava meu cabelo. Depois juntaram-se as duas para abotoar a cinta. E eu lá , com tontura e quase sem ar, mal respirando de tanta dor.

A primeira semana é a pior . Você se submete a um processo para ficar mais bonita e fica uma semana inteira se sentindo um monstrinho. Inchada , roxa , dolorida , febril . Tudo normal de novo. Assim disse o médico.

Mas como nada dura para sempre , depois de todas as dores possíveis , um dia você acorda e percebe que passou a noite toda dormindo  e que consegue levantar com menos esforço. Tomar banho já não me dava tontura. A febre baixou , a dor de cabeça passou e na noite seguinte lá estava eu , me despedindo do sofá e indo dormir na minha cama.

Não sei se já leram o livro da Pollyanna , a garotinha é protagonista de 03 livros que relatam sua vida e neles ela faz "o Jogo do Contente", uma atitude otimista que ela aprendeu com o seu pai. Esse jogo consiste em encontrar algo para se estar contente, em qualquer situação por que passemos. Li esses livros quando tinha uns 12 anos , mas sempre me lembro deles e durante os dias em casa  , acabei fazendo meu jogo do contente.

Apesar da dor , foi bom ter minha mãe em casa comigo. Carinho é sempre muito bem vindo e carinho de mãe , não tem igual.

Ainda não pude ver o resultado efetivo em meu novo corpo. Também ainda não consigo dizer que faria tudo de novo. O que sei é que estou feliz , acima de qualquer coisa , estou feliz por ver mais uma objetivo meu realizado. A realização dos meus objetivos me faz sentir forte e me dá a certeza de que sou capaz de realizar outros mais.

Abraços e boa sorte!

Eli

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tudo Normal...

Olá!

Uma coisa que percebi em relação à cirurgia plástica , é que a maioria das pessoas que faz , não gosta de admitir que o fez. Particularmente acho bobagem, mas cada um tem seus motivos para tratar essa questão.

Uma amiga do trabalho foi a primeira a indicar um médico. Marquei consulta e lá fui eu , levando o corpo como quem leva o carro na oficina para fazer o orçamento dos reparos. E diga-se de passagem , foi assim mesmo como o médico me tratou. Não por arrogância ou falta de profissionalismo , e sim porque o cirurgião plástico tem com a estética a mesma relação que o funileiro tem com os automóveis , as costureiras com os tecidos , os dentistas com os dentes e assim por diante. Tudo é muito normal.

Outra coisa que percebi foi que algumas mulheres agem dentro desses consultórios da mesma forma como se estivessem em um salão de beleza  ou em uma loja de departamentos procurando algo para comprar. Vi algumas mulheres lindíssimas na clínica que estavam lá para fazer mais uma liposinha. Assim , como quem vai à manicure e diz : Hoje vou passar vermelho!

Fiz quatro avaliações e todas por indicação. Na terceira consulta eu percebi que os procedimentos eram os mesmos , o que variava um pouquinho era o preço porém o que pesa mesmo é a confiança que o médico lhe transmite no primeiro encontro.

Tendo escolhido o médico , fui então com minha amiga para a segunda consulta onde tratei sobre os exames , pagamento , datas e outros detalhes. Minha amiga , a que me indicou , é louca por cirurgia . Não tem mais o que lipar nela e ficou lá cutucando o médico para ele dizer o que poderia ser feito. Me senti segura quando ele disse: Você está bem , só um regime e alinha o que está desalinhado. Isso é medico , aquele que visa o bem estar do paciente antes de qualquer coisa.

Tendo marcado a cirurgia , lá vem a danada da ansiedade , de mala e cuia para se hospedar em mim. Foi ela a culpada por eu ter engordado uns 03 quilos em menos de dois meses , todos os dias eu pensava no processo cirúrgico. Não digo que sou medrosa, mas digo que nasci para ser feliz o que faz detestar sentir qualquer tipo de dor.

Minha mãe veio para ficar comigo, me dar uma força nos dias que se seguiriam do pós-operatório. O médico pediu que eu chegasse no hospital as seis da manhã , quando cheguei acompanhada de minha mãe e uma amiga , nós éramos apenas mais um , mais um paciente e mais um acompanhante. De  novo tudo muito normal.

Fiz minha ficha , fiquei sentadinha de mãos dadas com minha mãe. É claro que você sabe que vai dar tudo certo, mas é impossível não ficar apreensiva , afinal , o próprio médico diz que todo processo cirúrgico tem seus riscos.

Fiquei ali , esperando para ser chamada , o que só aconteceu as 07:30 horas da manhã. Estava apreensiva , ansiosa e adivinhe ? Morrendo de fome ! Me mandaram ficar de jejum e eu não via a hora de poder tomar café.

Chamaram meu nome , me encaminharam ao quarto , perguntei se minha mãe poderia subir comigo e eles disseram que apenas por um tempo. O médico iria me marcar. Traçar os pontos que precisariam de reparos.

Tudo muito normal.

Abraços e boa sorte!

Eli

domingo, 11 de julho de 2010

O poder da decisão

Olá ,

Ainda falando sobre as tais escolhas , aos 26 anos eu cheguei ao auge do meu extra peso . Aprendi com um amigo a guardar na memória apenas o que é bom, então não vou falar em quilos ,mas posso dizer que estava gordinha o bastante para me incomodar e muito com aquela forma.

Sempre fui contra remédios para emagrecer , por já ter provado alguns , eu sabia que eles nada poderiam fazer por mim naquela ocasião. Não contente comigo mesma , decidi que deixaria de ser gordinha , ou pelo menos tão gordinha!

Há uma frase que diz que "uma forte determinação nos condiciona a ter uma grande ação". Foi o que eu fiz , determinei que perderia peso , mas estipulei as regras para mim mesma, como não me privar de sair com meus amigos por conta da dieta , não virar escrava do tempo e da balança , não desistir caso eu titubeasse e principalmente , não ser radical porque para tudo na vida , há que se ser maleável.

Foram 03 longos anos até eu chegar num peso satisfatório , com alguns altos e baixos mas sempre em frente. É claro que não fiquei magrinha , mesmo porque não tenho esse biotipo . Minha estrutura é larga , minha perna é grossa , meus braços são fortes , minhas palavras são duras e minha risada é alta. Daí vem o "delicada como um elefante" ...

Apesar de me sentir bem comigo mesma , de ter emagrecido , de poder usar as roupas que eu queria e da forma como queria , ainda faltava algo , aquilo que as costureiras chamam de "arremate final" , no meu caso , seria a cirurgia plástica . Achei que o que as dietas não conseguiram eliminar , o bisturi conseguiria sem dúvida.

E lá fui eu em busca de indicações , orçamentos e detalhes para que se concretizasse meu arremate final.

Até o próximo texto , onde vou relatar minha experiência com esse tal de arremate cirúrgico.

Abraços e boa sorte!

Eli

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Batatinha não senhor!

Olá !

Sem dúvida alguma , peso é a preocupação número 01 entre as mulheres. No universo feminino , dietas , milagrosas ou não , alimentos , calóricos ou não , roupas e sapatos que tem o poder de alongar ou não a silhueta são os assuntos mais cotados. Bom , pelo menos no meu universo feminino.

Perdi a conta das vezes em que sentei com uma amiga só para uma relatar para a outra o que havíamos comido no período da manhã até a tarde , ou no fim de semana. Não é que conversar emagrece , mas minimiza a culpa pelos sacos de jujubas que comemos, porque dá um alívio quando você conta que comeu as jujubas e sua amiga lhe diz : Ah , e eu que comi uma barra de Galak ???

Eu sempre fui gordinha , uma eterna Bridget Jhones que detesta suas bochechas , suas pernas grossas , etc. Já fui mais , já fui menos , já fui mais de novo... Não lembro de uma única época da minha vida em que eu não tivesse me preocupado com a balança. Nunca fui infeliz por ser gordinha. Mas sempre achei que eu seria mais feliz se fosse magrinha.

Quando adolescente , perdi a conta das vezes em que ouvi alguém falar : Nossa , você tem um rostinho tão bonito... Apesar do silêncio que se via em seguida , eu sempre ouvia o restante da frase : Pena que é gordinha!

E certo está quem diz que as palavras podem nos marcar profundamente. Quando tinha 13 anos , uma prima que então tinha uns 10 , virou para meu pai na festa de aniversário de um primo e disse: Tio , a Li está tão gordinha que parece uma batatinha!

Filha da mãe , mal sabe ela que passei anos me olhando no espelho e vendo uma batatinha com pernas e braços...

Muito bem , a batatinha cresceu , não só fisíca mas emocionalmente e resolveu fazer algumas escolhas para deixar de ser batatinha.

Nos próximos textos eu conto sobre as tais escolhas.

Abraços e boa sorte ,

Eli

domingo, 4 de julho de 2010

Primavera das Flores

Olá !

Na liturgia do Budismo , existem os "Goshos" que são pequenas frases que nos motivam de uma ou outra forma. Meu gosho favorito diz assim : "O inverno nunca falha em se transformar na primavera" .

O trecho foi escrito por Nitiren Daishonin e serviu de orientação a uma mulher que havia ficado com dois filhos para criar após a morte de seu marido. Ele ressalta a importância de acreditarmos que não há mal que sempre dure , não há dor que não se acabe e não há ferida que não se cure.

Se relacionarmos os momentos de nossa vida como sendo "Inverno" ou "Primavera" , posso dizer que estou vivendo uma grande primavera. Sem dúvida alguma a mais florida de todas.

Pensei nessa frase hoje a tarde quando fui visitar uma amiga que se recupera de uma cirurgia. Sempre disse que sou pessoa de poucos amigos, mas os que possuo valem por milhares.

Quando digo amigo , é amigo mesmo, porque colegas , conhecidos , agregados existem aos montes em nossas vidas. E estes não são ruins, pelo contrário , são até bons . Mas parecido não é igual .

Hoje tive o prazer de poder juntar minhas três grandes amigas em um único encontro e modéstia a parte , sou euzinha aqui o elo de ligação entre nós. Porque eu conheci uma de cada vez e ao longo do tempo , juntei todas nesse timão.

Me lembrei da frase porque todas nós , sem uma única excessão já tivemos nossos invernos e olha que alguns foram bem rigorosos. Mas como não somos apenas mulheres , portadoras de cromossomo X e sim somos Grandes Mulheres , tivemos a coragem e ousadia para mudar a direção do vento e do frio , só pra dar espaço ao Sol.

A vida me ensinou que não devemos desejar ter ao nosso lado grandes pessoas , devemos desejar nos tornarmos grandes pessoas porque assim como lata atrai lata , ouro atrai ouro.

Hoje meu ego está acima de tudo. Quando vi as garotas e seus sorrisos de ouro eu pensei : Eli , em que bela jóia você se transformou.

Encerro minha reflexão do dia com um frase da Martha Medeiros que diz assim : "Felicidade depende basicamente de duas coisas: sorte e escolhas bem feitas".

Como boa budista , a sorte não me falta. E o poder das escolhas certas , a maturidade me deu de presente.

E você ? Primavera ou Inverno é seu momento?

Abraços e boa sorte!

Eli

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quem inventou o amor?

Olá !

Renato Russo com sua grande sensibilidade de poeta , compôs a música "Antes das Seis" , eu que sou adoradora da Legião desde quando era nada mais , nada menos que uma mocinha sonhadora , fiquei encantada com a canção desde a primeira vez que a ouvi .

Hoje , ao conhecer e conversar um pouquinho com uma amiga de uma amiga , me lembrei de uns trechinhos da música que diziam assim " Quem inventou o amor ? Me explica por favor" , " E quando a vida vai e vem , você procura achar alguém , que um dia possa lhe dizer , quero ficar só com você" ...

Eu acho que Renato quando fez essa música não estava vivendo uma de suas melhores fases afetivas , a música a mim transmite uma certa dúvida , um pouco que dolorosa , é como se ele dissesse : Quem fez a besteira de inventar esse sentimento?

De uns tempos pra cá tenho aprendido a observar as pessoas e as emoções que elas transmitem através de suas feições . Se observarmos direitinho , não é difícil perceber um certo "ar" de tristeza , confusão , estresse ou cansaço e até mesmo alegria nas pessoas através de sua expressão.

Então ao ser apresentada para tal  amiga de minha amiga , eu pensei : Ela não está feliz. Como não a conhecia o suficiente , não tive coragem de fazer minha boa e nem tão velha pergunta : Você está feliz ? Fiquei quetinha , conversando sobre outros assuntos com ela pra tentar entender e ver se teria condições de ajudar .

Essa minha nova conhecida , está grávida de 08 meses . Pensei comigo que esse é um belo motivo para sorrir , mas percebi , ao vê-la acender um cigarro e fumar com vontade , que nem mesmo a vinda de um filho a estava deixando feliz. Foi quando vi a cena da gestante fumando sem parar que me lembrei a música da Legião.

Nós seres humanos passamos a vida desejando encontrar o amor , desejando que essa pessoa possa nos completar e nos fazer felizes. Porém esquecemos de desejar que consigamos ser maduros o bastante para poder vivenciar esse amor. Esquecemos que apesar de tudo que a pessoa amada possa fazer por nós , tem momentos e situações em que é sozinho que precisamos estar. A missão é nossa , só nossa.

Ao conversar com a moça , fiquei sabendo que é o marido o suposto "culpado" por tanta tristeza. Là vem a sensação de Déjà vu .

Um belo dia , talvez numa bela noite , você conhece alguém que a faz tremer da cabeça aos pés , que te deixa zonza , flutuando , etc e tal . Os dias vão passando , vamos conhecendo um pouco mais a pessoa , ficamos sabendo de detalhes que nos agradam  , outros que nem tanto , mas lá vamos nós , seguindo em frente com a relação. 

Mulher quando quer ser dura é dura , quando quer ser tola é tola . Não tem meio termo. Ao contrário do masculino , o universo feminino é extremista. Ódio é ódio . Amor é amor e ponto final.

Na prática , ela sabia que o grandalhão não era lá essas coisas , mulherengo , largado com as obrigações domésticas , desligado para as necessidades femininas , etc e tal ... Mas ela achava que ele poderia mudar . Quem sabe um filho não o fizesse mudar ? Engravidou. E claro , o cidadão não mudou. Ou mudou , para pior. Agora além de ignorá-la , ele também faz o mesmo com o filho que nem sequer nasceu.

O grandalhão estava conosco na hora do almoço , fiquei com vontade de esmurrar a cara dele quando o ouvi dizer : Fiz essa tatuagem por conta da minha filha , quando o bebê nascer , farei outra por ele.

Sem dúvida alguma o amor está banalizado. Desde quando tatuar o nome de alguém no corpo se transformou no ápice dele ?

Infelizmente não me senti em condições de fazer muito por minha nova conhecida. A não ser lhe dizer para não esquecer de orar e lhe pedir que acreditasse que não existe oração sem resposta.

Continuo gostando da música "Antes das Seis " , porque gosto da melodia e também porque acredito que o problema não está no amor , o amor é bom . A forma de amar do ser humano é que talvez não seja.

Encerro meu texto de hoje com uma frase que li de alguém que nem sei quem é , mas que por incrível que pareça , é um homem , que escreveu um belíssimo texto falando exatamente sobre sua experiência sobre o tal amor : " O amor não faz você feliz. Ele espera você ser feliz para poder chegar ao seu lado, de leve , de mansinho , para aproveitar o melhor de você".

Abraços e boa sorte sempre!

Eli

domingo, 31 de janeiro de 2010

Quem é Deus ?

Olá !

Há alguns anos , uma amiga me apresentou ao budismo . Não é fácil seguir uma crença hoje em dia , são muitos conceitos , dogmas e paradigmas que nos fazem ficar tontos as vezes.

Eu lembro que o que me atraiu na prática budista foi o fato de objetivar e acreditar que a realização daquele objetivo é fato consumado. São dezenas as experiências que tive e talvez um dia eu consiga escrever aqui sobre elas.

No budismo , entre tantas coisas você entende que "Deus" , aquele ser exclusivo e gigante a quem nos apoiamos desde criança não existe. Pelo menos não da maneira como a maioria pensa que existe.

Como religião é assunto delicado , aprendi a não sair por aí falando sobre ela , cada um de nós tem a sua e eu espero que sejamos sempre felizes com essa escolha ou que ao menos tenhamos coragem para fazer uma nova escolha se assim for preciso.Eu tive essa coragem um dia . E não me arrependo da escolha que fiz.

Não omito nunca o fato de dizer que sou praticante do budismo e tão pouco fico envergonhada ao dizer que não , não acredito em Deus. Hoje vi que o que pra mim se tornou simples com o tempo , aos outros parece coisa de outro mundo.

Uma amiga que sabe que sou budista , começou uma conversa tirando dúvidas sobre minha prática até que fez a velha pergunta : Você não acredita em Deus ?

Respondi sem pestanejar que não . Eu sabia que causaria espanto , mas que fazer ?

Ela me olhou intrigada , pelo olhar eu sabia que estava confusa e talvez até horrorizada. Tentei explicar os motivos que me fizeram deixar de acreditar no todo poderoso mas não sei se ela entendeu. Acho que não.

Mas o fato é que a vida me mostrou que quanto mais eu acreditava em Deus , menos eu acreditava em mim. A prática budista me fez perceber que eu sou a responsável por minha vida e que somente eu , posso fazer a diferença nela.

Nós crescemos e nos ensinam a a agradecer a Deus quando as coisas estão boas , dizer que Deus quis assim quando aos coisas não foram tão boas , pedir a Deus que aquilo se realize , etc...

São muitos fatos que deixamos na mão de algo ou alguém cuja existência comprovada nem sequer temos. Não quero de forma alguma impor minha forma de pensar a alguém , mas quero ter sempre a liberdade de falar sobre o que acredito para os que se interessem em saber .

Uma coisa é certa , eu não sei quem é Deus , mas o respeito porque ele está presente na vida de muitas pessoas que amo e admiro e mesmo sendo budista , sempre vou dizer Amém aos que me dizem : Fique com Deus ! Pois eu sei que independente de qualquer coisa , esse é o melhor que aquela pessoa , em sua crença pode me desejar.

E o que eu desejo à eles ? O mesmo que desejo a mim. Que eles tenham sempre a melhor crença e que ela possa dar paz ao seu coração. O meu está em paz.

Abraços e boa sorte sempre!

Eli

domingo, 17 de janeiro de 2010

Desapego...

Olá !

Eu sempre tive mania de roer unhas , minha mãe conta que quando eu tinha uns 04 anos ela me pegou roendo as unhas dos pés , não lembro disso mas se minha mãe diz , é porque é verdade . Então se um dia alguém me perguntar se eu fiz algum tipo de contorcionismo na vida , talvez eu possa dizer : Já consegui levar os pés até quase a cabeça !

Sempre que via uma mulher com as unhas compridas eu pensava : Bem que as minhas podiam ser assim ... Mas além da mania de roer , minhas unhas são fraquinhas mesmo , parece uma folhinha de papel que facilmente conseguimos dobrar ... Até que conheci uma manicure que disse conseguir fazer milagres com unhas fracas , ela passa um produto e aos poucos as unhas vão ficando fortes , crescendo sem dobrar , gostei do efeito e gostei da manicure . Virei cliente .

Esse ano posso dizer que ganhei garras , fiquei com as tão sonhadas unhas cumpridas e as vezes me pego admirando minhas lindas novas mãos . Que situação ...

Porém ,de uns dias pra cá tenho percebido que as unhas novas são lindas , mas não me fazem bem . Até um simples exercício de abrir e fechar as mãos ficou difícil porque lá estão as unhas cravando minha pele. E por coçar de leve o pescoço,  outro dia fiquei com uma marca vermelha nele como se eu tivesse passado por tórridos momentos , se é que me entendem . Vira e mexe percebo que estou arranhada e presumo que me machuco sem perceber. Fora o filhinho da minha amiga que consegui arranhar , sem querer , numa brincadeira outro dia .

Como uma mulher cuja mente não pára , hoje de manhã ao caminhar e pensar em algumas coisas , percebi que a relação que tenho com as unhas é a mesma que as vezes temos com algumas pessoas.

Há momentos em que desejamos algo , sem saber porque ou para que , você coloca na cabeça que isso é importante e se desliga de todo o resto . Não importa se aquela pessoa lhe machuca , ou se ela lhe atrapalha desviando seu pensamento quando tudo que você devia fazer era se concentrar . Não importa se as pessoas que te amam e realmente se importam com você vão ficar decepcionadas ao perceber o quanto você está se desvalorizando por algo que não tem valor . Nada disso importa . Porque você se contenta com a atenção dividida , a presença ignorada , com a fantasia não realizada e mais que tudo , com a esperança que tudo vai mudar.

Mas a verdade é que as pessoas não mudam , nem por você , nem por ninguém. Só por elas mesmas , se quiserem , se acharem que precisa , que vale a pena .

Não sabemos – ao menos não racionalmente – porque gostamos de algumas pessoas com tamanha força. Ao contrário do que muitos dizem , que todas as perguntas tem que ter resposta , algumas não tem  , e insistir nessa busca é tolice. Não tem e ponto final . Resta a nós vivenciarmos estas emoções, aceitando-as como partes necessárias ao nosso desenvolvimento de alma, ainda que nos sintamos vulneráveis.

Mas também cabe a nós , controlar essa vulnerabilidade.

Pra viver o presente , desfrutar o futuro , há que se aprender a dar adeus ao passado. Porém precisamos ser fortes o bastante para que esse adeus seja pra sempre, antes de deixá-lo sair dos lábios , há que se deixá-lo sair do coração. Há coisas que a vida não dá uma segunda chance . Se não conseguimos fazer com que a primeira tenha valido a pena , a segunda , a terceira também não valerá .

Um amigo uma vez me disse : Eli , a vida é vitória ou derrota . Você precisa decidir como deseja que sua vida seja. Eu rapidamente respondi : Claro que quero que ela seja vitória ! Foi aí que ele me devolveu : Então livre-se de tudo que a faz se sentir derrotada !

Hoje eu cortei as unhas . Elas não combinam comigo. Pra ter unhas compridas eu teria que deixar de ser o que sou , deixar de tocar o que gosto do jeito que gosto . É como deixar de falar o que penso.. Não sei ser feliz assim . Sei que vou sentir falta delas nos próximos dias . Mas vai passar . Nada dura para sempre , nem o amor , nem mesmo a dor.

Abraços e boa sorte sempre !

Eli

domingo, 10 de janeiro de 2010

Gosto muito...

Olá !

Se me perguntarem quais coisas me fascinam e me deixam feliz , teria um milhão de coisas como respostas mas sem dúvida alguma , criança , seria a primeira opção.

Elas me cativam , eu brinco até com criança que não conheço , sorte que nunca tive uma mãe me olhando de cara feia  e modestamente falando , devo causar boa impressão na garotada porque elas sempre gostam da Tia Li . Minha amiga outro dia disse que sua pequena de 09 anos falou : Ai mãe , deixa eu dormir na casa da Eli ? Eu queria que ela fosse minha irmã . Achei engraçado , mas não é que a gente se entende ? Ela tenta ficar  adulta quando está comigo , eu facinho viro criança quando estou com ela. O irmão de três anos , quando ouviu a irmã falar , disse rapidinho : _ Mãe , deixa eu também ? Ele pensa que meu apartamento é um playground , quando vai embora , demoro dois dias para colocar a casa no lugar , e é a única faxina que faço sem reclamar ...

A semana do Natal na Empresa foi dia de levar a garotada para visitar o trabalho do pai ou da mãe , não pude vê-los mas quando soube das visitas imaginei a cena ... Cada um do seu jeito tão especial , meu coração fica mole quando vejo um que tem exatamente a mesma feição do pai ou da mãe , só que em miniatura ... Como é sábia a natureza...

Como os anos passam com ou sem nosso consentimento , estou vivendo uma fase em que ser tia se tornou inevitável . Meus amigos , mais corajosos e menos complicados que eu , resolveram se entregar ao prazer sem medo da maternidade /paternidade e assim me chegam os "sobrinhos"  , e eles são lindos , mas tão lindos que me deixam de coração mais mole ainda.

Dois casais de grandes amigos meus ganharam bebês quase ao mesmo tempo. Um mês de diferença de um para o outro. E tenho convivido até que com certa freqüência com as criaturinhas.
 Eu brinco dizendo que o Renatinho , é o paulistano mais baiano que conheço , porque ele dorme , dorme , dorme e quando está acordado , boceja ! Já a Amorinha a quem eu dei o apelido por conta da minha amiga ter ficado na gravidez do tamanho da elefantinha do filme Era do Gelo 3 , é serelepe , ela pula , pula no seu braço , dá rizada ou brinca sozinha , quetinha até cair no sono...Ambos tem a carinha tão boa , um carequinha , outra cabeludinha ...

Bebês são bastante curiosos. Aos nossos olhos, porque na visão deles , nós é que devemos ser curiosos ... Mas eles são mesmo engraçados , os olhinhos atentos tentando entender o que se passa ao seu redor sem nem mesmo saber o que é redor. São seres sem malícia e ao mesmo tempo pra lá de espertinhos. Um dia ainda quero entender quem os ensinou a chorar para conseguir o que querem ou a se abrir numa risada banguela que faz até ...
Meus novos amiguinhos acabaram de descobrir que possuem mãos. Ainda não sabem muito bem o que fazer com elas, mas sabem que são muito boas pra se colocar na boca. E de nada adianta você comprar um lindo mordedor ou uma linda chupeta , eles esperam você virar as costas e colocam de novo o dedão na boca , isso quando não conseguem , como a serelepe Amorinha , colocar a mão inteira .

Eu até entendo alguns idiomas por aí, mas língua de bebê eu não sei. Eles ficam me olhando como se eu fosse alguma espécie de móbile, ou lustre, mas quando faço uma careta ,normalmente o cidadãozinho me retribui um desajeitado sorriso banguela. E vou dizer uma coisa , o Mr. Bean é engraçado, o Jim Carrey é engraçado, o Jô Soares é engraçado, mas risada de bebê é impagável. Não sei quem ri mais, se são eles da minha careta, ou eu, da sua risada banguela. Acho que sou eu.

E eles se encantam tão fácil , com tudo , é o  móbile que gira no berço e projeta estrelinhas, ou com um bonequinho com algo barulhento pendurado. Do pranto faz-se o riso , assim , rapidinho . Bem que as coisas poderiam ser simples assim para sempre.

Mas não serão e isso é bom também. Hoje eles estão descobrindo que existem mãos e com o tempo e educação apropriada, eles também vão descobrir as maravilhas que essas mãos podem fazer , não só as mãos , mas os pés , as bocas .... Ops , deixemos isso de lado porque esse é um blog de família .

Por hora está muito bom assistir àquelas coisinhas xeretando o mundo e descobrindo as coisas simples.

Nunca tive o prazer de conhecer um anjo , mas quando vejo o sorriso de uma criança que conheço , me vem uma frase à cabeça : "Eu conheço um anjo , ele não usa asas , ele usa um coração que faz derreter um meu" .

Enfim , benditas sejam as crianças , seja com seus beijos melados de pirulito , com suas carinhas de choro ou aquelas  risadas , banguelas e desajeitadas.

Abraços e boa sorte sempre!

Eli